domingo, 22 de agosto de 2010

Sem reforma agrária o país continuará patinando

É claro que Plinio Sampaio, o candidato do Psol, não tem a menor chance de chegar lá nesse sistema eleitoral onde só há espaço para quem está no poder ou se integra às grandes estruturas eleitorais. Mesmo assim, sem chances de assumir o comando do país, as afirmações de Plínio sobre a necessidade de se limitar o tamanho máximo da propriedade rural, pondo fim ao sistema de latifúndio com que o Brasil convive, assusta e muito aqueles que são beneficiados pela concentração da terra e até tremem quando ouve falar em reforma agrária de fato, tendo como ponto de partida uma lei que inclua o tamanho do imóvel rural entre as justificativas de desapropriação, estabelecendo, inclusive, um limite para a propriedade da terra.
Mas Plínio tem razão. Os especialistas em entender como se deu, nos Estados Unidos, o fabuloso crescimento econômico, apontam a reforma agrária realizada na conquista do oeste americano como um dos fatores fundamentais.
É preciso por fim ao injusto direito das terras imensas, do latifúndio, para disponibilizar terra para milhares de família sem terra. Este é um mecanismo de garantia da cidadania e de desenvolvimento econômico e social como prova os muitos países que o adotaram (Coreia do Sul, Japão, Malásia, etc.). Limitar a propriedade da terra no Brasil significa também garantir a soberania alimentar do nosso país, pois são as propriedades familiares camponesas as responsáveis por maior parte da produção de alimentos da mesa dos brasileiros.
É pena que assunto de tamanha importância não chamou até agora o interesse dos demais candidatos. Aliás, seria necessário também que na política do Brasil os municípios fossem obrigados a garantir áreas de terras urbanas para programas de moradia, de parques e espaços de lazer e esporte para todos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário