segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Lei de Hermínio é aprovada. Monopólio do transporte vai acabar

No governo do petista Roberto Sobrinho nenhum serviço público funciona a contento. Mas o serviço de transporte urbano é, sem sombra de dúvidas, um dos mais criticados pela população, especialmente porque ele vem sendo feito por uma consórcio de empresas que na prática funciona como um monopólio (sem concorrência entre os operadores do serviço) e há muito tempo  vem humilhando os usuários tratados como se fossem simples mercadorias embarcadas em ônibus sujos, sem nenhum conforto, inseguros e que sempre atrasam.
A falta de uma política de transporte revela a incompetência de quem governa o município mas aceita todas as imposições dos riquíssimos "empresários" que exploram esse serviço que, sabe-se lá por que, sempre foi mantido como uma reserva de mercado deles.
Se não fosse a liderança exercida pelo vereador José Hermínio, presidente da Câmara Municipal de Porto Velho, certamente os "donos" do transporte coletivo da capital rondoniense continuariam dando as cartas por muito tempo, agindo como se o prefeito continuasse refém dos mesmos. O mais interessante de tudo isso é que José Hermínio é do PT, o mesmo partido do prefeito. A diferença é que o vereador prefere usar o seu mandado para atender reivindicações do povo, mesmo quando isso contraria interesses do chefe do Executivo Municipal.
DIA HISTÓRICO
O dia 23 de agosto ficará na história da Câmara Municipal de Porto Velho. Afinal, esta foi a data que pela primeira vez o poderoso grupo que controla o transporte coletivo da capital sofreu, pela primeira vez em décadas, sua grande derrota.
As galerias da Câmara Municipal estiveram lotadas. A presença popular funcionou como um mecanismo de pressão sobre os vereadores aliados do prefeito e do consórcio que explora o serviço. E assim, os petistas Cláudio Carvalho (declarado defensor das empresas integradas no consórcio) e Epifânia Rodrigues (também conhecida como "a queridinha do prefeito") acabaram votando a favor da propositura de José Herminio que alterou a Lei Orgânica do Município, tornando obrigatória a participação de no mínimo três empresas para operar o sistema de transporte coletivo e impedindo que as mesmas se organizem em consórcio.
José Hermínio não deixou de criticar o prefeito Roberto Sobrinho mesmo considerando que a sua gestão promoveu melhorias na qualidade de vida dos moradores de Porto Velho em algumas áreas, "mas acabou permitindo que o sistema de transporte coletivo piorasse muito".
FOI SÓ PROMESSA
O vereador Cláudio da Padaria, do PCdoB, lembrou que para se eleger pela segunda vez o prefeito Roberto Sobrinho prometeu acabar com o péssimo transporte de Porto Velho, que ele batizou de "Transporte Telesena" mas, passado todo esse tempo viu-se que era só promessa, só lorota para enganar o povo e hoje, com o monopólio que manda e desmanda, "vemos que o transporte telesena acumulou" para desespero da população. Tem gente "esperando até duas horas" para pegar um ônibus na cidade, afirmou o vereador.
E tudo ficou mesmo só na promessa, como o programa do "Leva Eu" o serviço de integração que nunca funcionou, relembrou o vereador comunista.
Na verdade o Leva Eu hoje é chamado pelos usuários de "Rouba eu". Outra queixa muito grande recai sobre a tarifa, uma das mais caras do Brasil. Ela está na faixa de 2,30. Esse valor foi concedido sob a promessa de que os onibus seriam dotados de ar-condicionado e que, aos sábados, domingos e feriados as tarifas seriam reduzidas, mas nada disso aconteceu.
Com a matéria de autoria de José Hermínio aprovada na sessão do dia 23, a prefeitura terá um prazo máximo, a partir da promulgação da Lei, de 180 dias para modificar o sistema de transporte coletivo urbano. Além desse serviço não poder ter menos de 3 empresas, ficou também definido que em Porto Velho o sistema terá um ônibus para cada dois mil moradores da capital.

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