domingo, 22 de agosto de 2010

Campanha na TV deve esquentar nos próximos dias

Como era previsível, a primeira semana de campanha eleitoral na TV e no rádio foi morna e não serviram para surpreender nos eleitores. Foi aquela pasmaceira toda de um formato cada vez mais rotineiro, com os candidatos contando (até certo ponto, é claro) as histórias de suas vidas e apresentando o convívio familiar, que vai dos netos até às avós ou tias mais velhas. Essa foi a regrinha para todos. No programa do tucano Expedito Júnior a "original criatividade emplumada", surgiu também alguns amigos dos tempos das vacas magras com depoimentos que praticamente em nada influenciará o eleitorado.
Vale dizer que essa foi, também, a regra para os candidatos à Presidência da República.
Depois dessa coisa piegas, os candidatos entraram naquele conhecido script das promessas, agora batizadas de "compromissos" ou "propostas". Políticos de hoje evitam fazer "promessas" porque pelo desgaste da classe sabem, e como sabem, que o povo não acredita nelas.
Ninguém usou o espaço desse começo de campanha eletrônica para dizer, por exemplo, que esse ou aquele concorrente ainda está com a candidatura comprometida pela Lei do Ficha Limpa, podendo ser atingido pelo tiro de misericórdia no julgamento de seu recurso.
Pois é, como era esperado, nesse princípio de campanha na TV e no rádio, todo mundo aparece como ficha limpa; todo mundo aparece como se tudo já estivesse resolvido e ninguém mais tem culpa no cartório.
Mas essa não é a realidade. Certamente, depois dessas amenidades do início do horário eleitoral no rádio e na TV deverão surgir os primeiros ataques, as primeiras revelações cruéis, para tirar o eleitor desse tédio horrível que é essa propaganda eleitoral pasteurizada, onde todo candidato teve uma origem humilde, pegou no batente muito cedo e se conseguiu um diploma de nível superior foi porque estudou na escola pública com todos os sacrifícios imagináveis.
Nos dias de hoje, as campanhas mais decisivas não são aquelas em que o candidato bota o pé na estrada e vai conversar diretamente com o eleitor. Hoje é a televisão que decide. O candidato precisa ter desempenho e um marqueteiro bom.
É claro que nenhum candidato aparece na TV ou fala no rádio com proposta ruim. O problema é que carisma não é uma coisa que se pode comprar na prateleira de qualque bodega. E fazer uma  pessoa antipática se tornar dono de "carisma" é um dos grandes desafios dos marqueteiros.
Na disputa pelo governo rondoniense, certamente tem candidato que vai perder com mais facilidade por ter se juntado a figuras políticas completamente desgastadas perante o eleitor do estado. Quem seria "trouxa" de ter como cabo eleitoral qualificado o atual prefeito de Porto Velho, conhecido em certos segmentos populares como "Prefeito Pinochio", um personagem com um glamour próximo de um repolho mal formado.

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