quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Candidato ao governo tenta driblar a Justiça sobre seu patrimônio

Como acreditar num político que tenta esconder da Justiça Eleitoral o valor real e o tamanho de seu patrimônio, muitas vezes em nome de laranjas? Se ele imagina que pode enganar a Justiça Eleitoral enquanto é um mero candidato ao governo Estado o que não fará, caso eleito, contra os interesses da população?
Pois é, o candidato do PMDB, Confúcio Moura, apresenta-se nessa campanha como uma reserva moral de Rondônia, como o homem que sabe resolver todos os problemas do Estado e que não pouca críticas aos adversários, especialmente a João Cahulla, do PPS, integrante do grupo politico de Ivo Cassol.
O Confúcio esquece das tráias que estão do seu lado, como o próprio Valdir Raupp, pior governador que Rondônia já teve, em cuja a gestão se registrou o primeiro escândalo que colocou na cadeia colaboradores do primeiro escalão de seu governo.
Pois, agora nessa reta final da campanha aparece a denúncia contra o próprio Confúcio. O ex-prefeito, diz a denúncia publicada na íntegra no site rondoniagora.com onde se afirma que o candidato do PMDB omitiu pelo menos a propriedade de oito fazendas.
Consta da denúncia que Confúcio  nunca declarou que tinha uma fazenda há 32 anos de aproximadamente 3 mil hectares no município de Theobroma. A negociação rendeu ao ex-prefeito o título de recordista em recebimento de recursos do INCRA pelo programa de reforma agrária. A fazenda, na Gleba Burareiro, foi ocupada por um pequeno grupo de sem terra, sem bandeira de movimentos sociais, em 2007. No mesmo ano Confúcio Moura deu entrada ao processo de venda para a União sem jamais ter questionado a invasão na Justiça. Em 2009 os trâmites do processo foram acelerados. No dia 28 junho deste ano o INCRA registrou a compra do imóvel no cartório da Comarca de Jaru, garantindo a Confúcio Moura mais de 1 milhão e 300 mil reais por benfeitorias que se resumem a pasto e cercas. O restante do valor negociado foi repassado em Títulos da Dívida Agrária. Curioso é que antes da negociação, o fazendeiro-empresário-médico Confúcio Moura retirou 2.500 cabeças de gado, também nunca declaradas à Justiça Eleitoral.
Foi exatamente por causa da venda da fazenda de Theobroma para a União que o patrimônio do candidato do PMDB deu um salto olímpico: passou de 319 mil para 8 milhões e meio de reais no intervalo de duas eleições. Mas dados do INCRA provam que Confúcio é bem mais rico do que diz. Na declaração entregue à Justiça Eleitoral deste ano, o candidato ao governo omitiu ser dono de pelo menos mais 8 propriedades rurais.
Uma delas é a fazenda São Francisco, às margens da BR 364, entre os municípios de Ariquemes de Jaru. Confúcio Moura é dono desta propriedade rural desde 1992, como consta na certidão do imóvel registrado na Comarca de Ariquemes. Entre os meses de maio de junho de 2008, quando era prefeito, Confúcio Moura comprou mais 7 propriedades rurais, todas estão registradas no nome dele no cartório de Jaru, mas nenhuma aparece na declaração de bens entregue à Justiça. O Artigo 350 do Código Eleitoral diz que é crime “omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, para fins eleitorais”.



Confúcio estranhou ser questionado sobre essa questão e garantiu à midia que nunca teve problemas políticos com isso, reafirmando que todo o seu patrimônio foi adquirido antes de entrar na vida pública. Até agora na Justiça Eleitoral  ninguém viu nenhum problema no candidato ter supostamente escondido esse patrimônio milionário.
Segundo se informa na órbita do Ministério Público Eleitoral há uma preocupação de que no pleito em Rondônia a imoralidade e a ilegalidade não vençam a ética e transparência exigida na legislação eleitoral.
É possível, portanto, que Confúcio Moura venha a ter de explicar à Justiça Eleitoral como acumulou patrimônio tão portentoso em tão pouco tempo e como "esqueceu" de declarar tantos imóveis ao TRE.

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